
Depois de consolidar o apoio interno à pré-candidatura do deputado federal Nelson Pelegrino à Prefeitura de Salvador com um almoço no restaurante Barbacoa, no início da semana, o PT define agora aspectos do discurso com que o parlamentar deve se apresentar até o final da campanha à sucessão municipal do próximo ano. Um dos assuntos mais delicados para o pré-candidato e o PT até agora – a relação com o prefeito João Henrique (PP) – já tem sua abordagem definida.
Ao invés de pautar sua posição em torno da idéia de ser a favor ou contra o prefeito, o pré-candidato petista vai buscar construir a campanha levando em conta sua ligação com o governador Jaques Wagner (PT). “O eixo da campanha para o PT será em torno de quem é a favor ou contra Wagner. Vamos evitar o debate em torno da avaliação do prefeito João Henrique”, adianta o vereador Henrique Carballal (PT), um dos principais articuladores da candidatura de Pelegrino.
O posicionamento resolve um dos maiores dilemas do PT e de seu pré-candidato, que é exatamente como se portar com relação à administração municipal, da qual o partido fez parte no primeiro governo do prefeito, indicando, inclusive, pastas importantes, como a da Saúde e a Casa Civil, depois rompeu e agora busca uma reaproximação como forma de envolver a Prefeitura na campanha.
A dubiedade do PT com relação ao prefeito, em decorrência do passado do partido de apoio e participação na administração municipal, deve ser um dos flancos a serem explorados mesmo pelos adversários de Pelegrino que estejam no campo das forças aliadas. Partidos como o PCdoB, o PSB e o PV, por exemplo, que planejam formar um grupo para lançar uma candidatura alternativa, têm posição crítica com relação ao prefeito.
Em segmentos do próprio PT, o tom com relação a João Henrique também não é dos melhores, o que pode ser verificado no almoço em que os petistas manifestaram apoio a Pelegrino, no qual o prefeito foi alvo de críticas até de membros do grupo do próprio deputado, como a vereadora Marta Rodrigues. A única forma de o petista evitar o surgimento do assunto na campanha é se enfrentar o democrata ACM Neto.
Apesar de negar, o deputado federal do DEM aproximou-se do prefeito no segundo turno da campanha passada, apoiou ele contra o então candidato Walter Pinheiro, do PT, e, na montagem de seu governo, acabou indicando alguns cargos que até hoje permanecem na administração, embora se digam atualmente mais identificados com o prefeito do que com o democrata.
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