por Joseildo Ramos
Ao ler um artigo de Delfim Neto, sobre a intuição de Lula ao exortar
os brasileiros a não deixarem de comprar para manter seu empregos, na
fase inicial da hecatombe financeira internacional de 2008, achei mais
um bom motivo para entender o retorno da classe média para perto do
PT. O texto trata didaticamente das agruras da economia norte americana,
principalmente quanto à perda de mais de 15 milhões de postos de
trabalho na terra de Tio Sam. Trata também da impossibilidade de Obama
dar conselhos, ou até mesmo "dar uma mãozinha" ao Velho Mundo, como de
hábito, frente ao embaraço dos economistas da Zona do Euro na tarefa de
salvar bancos, empregos e conter a iminente explosão de manifestações
populares, já iniciada também nas praças americanas.
Em mais de quinhentos anos de história oficial, foi preciso apenas oito
anos de um olhar mais atento ao seu povo, para Lula mudar
definitivamente o jeito de o mundo nos olhar. Parece pouco, mas pelo
menos explica a demanda por palestras em conferências e seminários,
apertando a agenda do agora multifestejado Doutor Honoris Causa, que
segue mundo afora encantando plateias de afortunados, falando das coisas
simples que nem sempre a Academia se ocupou, de tão triviais que são.
Fico a imaginar como deve estar
machucada a autoestima do Príncipe (FHC). Ele que sempre coube no
figurino asséptico de governantes obsequiosos, sempre prontos para
estender tapetes aos do Primeiro Mundo. Ele que nunca perdeu a
oportunidade de destilar sua erudição, sempre falando nos idiomas
pátrios dos que lhe recebiam no Velho e no Novo Mundo para lhe indicar o
caminho; quase sempre de "cuia na mão”. Lula segue seu rumo encantando
plateias mundo afora, falando daquilo que hoje seria tão necessário aos
governantes do mundo desenvolvido. Delfim tem se constituído como um dos
maiores fãs do “cara”, transformando-se na prova inconteste de que o
ex-presidente tem algo a mais no trato da política e das relações
interpessoais. Que Lula continue sua peregrinação, consolidando sua
marca por onde passa, ajudando a remover preconceitos sobre nós,
os brasileiros.
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